sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

UM NOVO RUMO


PRESENTE, PASSADO E FUTURO. UM DIÁLOGO POSSÍVEL




O presente deve ser desfrutado numa relação de aprendizado com o passado para a busca de um futuro melhor. É como se estivéssemos pavimentando a estrada da nossa existência, onde a cada etapa, acumulamos experiências de vida, baseadas em acertos e erros, que nos mobilizam para novas conquistas, num constante e progressivo caminhar rumo a autorrealização.

O futuro, seja ele idealizado como promissor ou temeroso, é apenas uma fantasia daquilo que ainda não existe, construída em nosso pensamento. O termo "fantasia", são todas aquelas imagens que elaboramos mentalmente, que estão para além da dimensão presente e ainda não se materializaram.

Em nossa caminhada da vida, algumas "fantasias" se tornarão reais, ao povoarem nosso momento presente, outras permanecerão como meras imaginações ou devaneios, de um indivíduo “normal” que elabora sonhos e possibilidades.

Para que esse diálogo seja possível, continue a sua trajetória de vida. aprendendo com cada momento, sejam eles bons ou ruins, memoráveis ou deploráveis. Permita-se experienciar cada um desses momentos, reconhecendo sua condição humana e suas limitações. 


Abra seu coração para novos eventos e renove sua vida a cada passo. Exercite o desapego e aproveite para livrar-se dos pesos desnecessários, produzidos pelo passado, que incomodam a sua caminhada.

Lembre-se, essa vida é só sua, e ela está aí para ser vivida da melhor forma possível.

Pedro Leite

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

NÃO ESCONDA A TRISTEZA


Apesar de vivermos quase numa "Ditadura da Felicidade", temos que entender que a vida não se faz só de momentos felizes, mas de um repertório equilibrado de emoções que dão sentido a nossa existência.

Neste contexto, não deveríamos ter medo de revelar quando estamos tristes, pois, assim como a felicidade, a tristeza é também um sentimento legítimo e deve ser encarado sem preconceito em nosso repertório de emoções humanas.

A tristeza não é a mesma coisa que depressão. Tristeza é um estado onde ficamos mais quietos e sensíveis, em busca do silêncio e da solidão para nos refazermos. Estar triste é a revelação do nosso cansaço com desilusões, frustrações e repetições da vida.

Ao invés de tentar compreender nossa tristeza, tentamos a todo custo disfarçá-la e sufocá-la, não nos permitindo a essa experiência humana. Quando encaramos a tristeza como sinal de fraqueza ou desadaptação, preferimos maquiar nossas emoções com comportamentos aceitos socialmente, onde tudo tem que parecer estar sempre bem e o sorrisos nunca podem faltar em nosso semblante.

Ao invés de viver numa farsa, permita-se viver sua tristeza, pois ficar triste não é um erro ou sinal de fraqueza, ela é uma necessidade passageira desse nosso jeito humano de ser.


Pedro Leite Machado
Psicólogo Especialista em Gestalt-terapia Clínica
https://www.facebook.com/psi.pedroleite

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

CIÚMES ALÉM DA CONTA


Ao abordar esse tema, vale dizer que o ciúme é um sentimento normal e inato do ser humano, ocasionado pelo desejo da exclusividade na amizade ou amor por determinada pessoa. Estudiosos do assunto consideram o ciúme como uma espécie de temor, que remete ao desejo de se conservar alguma conquista, variando apenas o objeto de desejo. No caso dos relacionamentos amorosos, o homem em relação à mulher ou vice-versa. 

Podemos dizer que o ciúme é normal, quando é passageiro e a pessoa que vive essa experiência não fica fixada com a ideia ou fato provocador. Uma das características do ciúme normal, é que ele é provocado por uma situação específica, sendo baseado em fatos reais. O que está em jogo nesse tipo de ciúme é o desejo de preservar o relacionamento e não sentimento de traição ou posse sobre o outro. 

Por outro lado, o ciúme patológico começa a se configurar quando pensamentos provocam preocupações infundadas ou fantasiosas, com a interpretação de que o relacionamento está sendo ameaçado. Este tipo de ciúme pode se provocado pelas mais variadas situações, sendo sua origem baseada num sentimento de inferioridade e insegurança, onde indivíduo, sem estar baseado em fatos concretos, sente-se desprezado, alienado e descartado pelo outro.

O ciúme patológico pode estar relacionado ao desenvolvimento de um distúrbio de personalidade denominado "Transtorno de Personalidade Paranóide", onde a pessoa apresenta desordem de pensamentos, acompanhado de sentimentos e comportamentos que prejudicam seu cotidiano, sua vida de um modo geral e principalmente sua vida conjugal.

É comum nas pessoas com ciúme patológico a compulsão por verificar constantemente as suas dúvidas, com relação ao outro, provocadas por seus pensamentos disfuncionais, chegando ao ponto de se dedicar exaustivamente a invadir a privacidade e atrapalhar a liberdade do parceiro. Na expectativa de constatar suas suposições fantasiosas em relação ao outro, a pessoa assim, monitora seu parceiro nas redes sociais, examina ligações do celular, examina bolsos, pertences e muito mais. Tudo isso, na tentativa de aliviar seus sentimentos de dúvida e insegurança, provocados involuntariamente pelos pensamentos disfuncionais.

A boa notícia é que esse comportamento negativo tem solução. Mas para isso, a pessoa com ciúme patológico deve reconhecer que seu sofrimento é resultante de um distúrbio mental, necessitando de tratamento psicológico e em alguns casos, tratamento psiquiátrico. Para isso, é importante que o(a) parceiro(a) entenda o funcionamento dessa psicopatologia e atue ajudando seu par no enfrentamento e nas recaídas por eventuais crises de ciúmes.

O tratamento psicológico deve envolver o cliente num ambiente de aceitação, acolhimento e reconhecimento das suas dificuldades, de forma que assim se estabeleça uma relação terapêutica que permita a expressão dos pensamentos disfuncionais e ideias paranóides. Assim, em psicoterepia, o cliente sentirá mais liberdade e segurança para relatar suas “fraquezas”, “paranóias” e “bizarrices”, provocadas por esse distúrbio mental. 

A partir dessa relação de confiança com o Psicólogo, se estabelecerão estratégias, baseadas nos conteúdos trazidos em psicoterapia, onde o cliente elaborará um contato mais pleno consigo, fará uma revisão das situações que provocam ciúmes e de seus comportamentos, aprenderá a identificar e lidar com seus pensamentos disfuncionais, a fim de desestimulá-los. Assim, com a ajuda profissional e familiar, a pessoa pode adotar novas atitudes na sua relação com as pessoas, sinalizando que um novo e saudável caminho começou a ser trilhado.

Pedro Leite Machado
Psicólogo Especialista em Gestalt-terapia Clínica
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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

APATIA PERSISTENTE É DOENÇA E EXIGE TRATAMENTO



Essa doença chama-se Distimia, sendo uma forma crônica de depressão, com sintomas mais leves. Diferente da "depressão maior" que paralisa e pode levar até a morte, a pessoa com distimia continua tocando a vida, sempre com um incômodo que a impede de desfrutá-la plenamente. O indivíduo com distimia não consegue demonstrar entusiasmo com nada, é retraído e enxerga quase sempre o lado negativo das coisas. 

Geralmente o distímico não enxerga a sua condição, pois com o tempo incorporou esses traços negativos à sua personalidade e passou a achar que a vida é mesmo uma chatice. Por isso, são muito resistentes à ideia de que estão adoecidos.


A distimia é uma doença e não deve ser subestimada, pois quem a possui, pode desenvolver quadros depressivos graves. Devido seu desconhecimento, quem possui distimia costuma procurar ajuda só quando ela já evoluiu para um quadro depressivo grave. 


A apatia e o mau humor patológico (distimia) podem ser tratados com a ajuda de medicamento antidepressivo prescrito por um Psiquiatra, associado à Psicoterapia. Enquanto o medicamento atua corrigindo o desequilíbrio químico dos neurotransmissores responsáveis pelo humor, a Psicoterapia leva o indivíduo a vivenciar suas aflições, ajuda a reconfigurar sua vida pelo resgate da sua autonomia, possibilitando assim a experiência de sentir prazer novamente.


Pedro Leite Machado

Psicólogo Especialista em Gestalt-terapia Clínica
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